É chegada a hora, dia 02 de outubro de 2022 teremos eleições gerais no Brasil. Felizmente, de acordo com pesquisa realizada em agosto deste ano pelo Datafolha, o índice de apoio à democracia no Brasil é o maior desde 1989 (75%), enquanto a concordância com a possibilidade da suspensão democrática se mostrou o menor desde então (7%).

Apesar dos números satisfatórios, as eleições deste ano serão uma das mais desafiadoras da nossa história recente, em função dos infundados e constantes ataques do atual presidente da República, Jair Bolsonaro, e seus apoiadores às instituições eleitorais. Se no passado recente, a integridade do processo eleitoral e o respeito às instituições eram habituais, neste ano, garanti-los será um dos nossos maiores desafios. 

Em 2022, enaltecer as eleições precisa ser uma ação coletiva, aderida por todos os setores da sociedade para garantir: o direito ao voto; o enfrentamento à desinformação, contra a disseminação de ataques de ódio; o cuidado com a segurança de candidatas e candidatos, especialmente de mulheres, pessoas negras, indígenas e LGBTQIAP+; a segurança e o direito à manifestação política por eleitoras e eleitores do país; e, enfim, a garantia de que os resultados das urnas sejam respeitados.

Estas eleições constituem também uma nova oportunidade para utilizarmos o nosso voto como instrumento de mudança, apoiando candidaturas e projetos compromissados com enfrentamento às desigualdades sociais existentes, portanto, com pautas fundamentadas no combate ao racismo, ao sexismo, à pobreza, à homofobia, à intolerância religiosa e todas as formas de preconceitos, discriminações e violências sistêmicas às quais foram submetidas grande parcela da população brasileira.

Este é o momento também de vislumbrarmos caminhos que permitam reestabelecer e priorizar políticas nas áreas de educação, saúde, cultura, meio-ambiente e tantas outras que foram absolutamente desprezadas pelos atuais governos e governantes, que são base fundamental assegurar vida digna à nossa população e a garantia aos seus direitos fundamentais e com as quais o campo de impacto social brasileiro – e a Move Social, ao longo seus 11 anos de trajetória – vem buscando fortalecer. A democracia que queremos reconstruir se baseia em instituições fortes e impulsionadoras de uma sociedade democrática, justa e inclusiva, que não prive nenhuma pessoa  dos direitos e das liberdades assegurados constitucionalmente.