A série #dadospúblicos traz informações trabalhadas pela Move a partir de avaliações, pesquisas ou banco de dados públicos e tem por objetivo dar visibilidade a informações relevantes para o planejamento e a tomada de decisão de programas e projetos sociais. A série aborda um tema diferente a cada bimestre e o ciclo julho e agosto/2017 tratou de questões do campo e meio ambiente.

Uma das pesquisas mais relevantes da área é o levantamento feito anualmente, há 33 anos,pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) sobre informações da violência no campo em todo território brasileiro. Esta pesquisa mapeia as ocorrências de conflitos, assassinatos e demais acontecimentos dessa natureza, chamando a atenção à necessidade de políticas públicas voltadas à reforma agrária e de condições de trabalho e valorização da população do campo e de povos tradicionais.

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) identificou que no ano passado foram registrados 1.536 conflitos[1]no campo em todo o país, média de 4,2 conflitos por dia. Desses, 1.079 foram conflitos por terra o que fez de 2015 um dos anos mais violentos no campo desde 1984, ano de início do levantamento.  Chama a atenção que em torno de 57% dos conflitos do período observado se concentraram na região Amazônica, mesmo essa concentrando apenas 12% da população brasileira.

Aliado aos dados apresentados notou-se que o número de assassinatos relacionados a questões do campo dobrou nos últimos quatros. Em 2012 foram registradas 32 mortes e em 2016 esse número saltou para 61 mortes, 61% dessas aconteceram na região Norte do país, com destaque ao estado de Rondônia onde foram registrados 21 assassinatos. Observando o perfil das pessoas assassinadas a maioria eram lideranças camponesas e trabalhadores rurais do movimento sem-terra (correspondendo a aproximadamente 60% das mortes), além de indígenas e quilombolas que também foram assassinados em 2016.

Para acessar a pesquisa completa, acesse: https://goo.gl/zBBZTb

[1] Somatória de conflitos relacionados ao acesso à terra, à água e ao trabalho precarizado ou escravo.